Falência da Usina Uruba leva crise e desemprego à população do município
As cidades que formam o Vale do Paraíba estão sofrendo com a queda acentuada da arrecadação financeira após o fechamento da Usina Uruba, é o que diz o prefeito de Atalaia Professor Mano.
Ao todo, nove cidades vizinhas da Usina sofrem com o alto índice de desemprego na região. Atalaia, Capela, Chã Preta, Mar Vermelho, Cajueiro, Paulo Jacinto, Pilar, Quebrangulo e Viçosa, foram os mais atingidos com a falta de dinheiro no comércio.
Segundo o Sindicato da Industria do Açúcar e do Álcool de Alagoas, além da Usina Uruba, outras três foram fechadas no Estado nos municípios de São Miguel dos Campos, Teotônio Vilela e União dos Palmares.
Com nove filhos para criar, Dona Josefa da Silva de 43 anos, atrapalhava numa adubadora química e até hoje não conseguiu emprego fixo e vive fazendo bico par pagar as contas atrasadas. "Ficamos trabalhando ainda um bom tempo, mas recebemos o seguro desemprego, o fundo de garantia e ficou as contas. As contas, já irá fazer um ano que estamos "pelejando" para que esse dinheiro saia e até agora não saiu. Fiquei parada, fazendo um bico em casa de família e assim estou levando a minha vida. Mas, é só para não ficar em casa e não ver as crianças passar fome. Tenho dividas que ainda não consegui pagar. Comprei um colchão para as minha meninas que estavam tudo dormindo no chão. O dinheiro que eu tirava dava para mim pagar, mas agora está tudo no prego, esperando esse dinheiro".
O prefeito de Atalaia, Professor Mano considera a situação na região alarmante e ressalta que a cidade perdeu cerca de 300 mil reais em arrecadação mensal, que seria revertido em beneficio para a população. "Houve um impacto muito grande, não só em Atalaia, mas em todas as cidades circunvizinhas que formam o Vale do Paraíba, porque toda a monocultura da cana de açúcar fez com que toda a região vivesse em função disso. Então, é um ciclo e todos eles acabaram sendo prejudicados. É realmente um fato lamentável tanto da parte social, com a questão dos trabalhadores, com o comércio, como também do aspecto econômico, com um sofrimento muito grande. O município só de ICMS ele perdeu mensalmente uma faixa de 200 a 300 mil reais mês. Não é só Alagoas e o Nordeste que vem sofrendo, vejo também no Centro-Sul, São Paulo e Minas, que vem sofrendo com a decadência dessas usinas. Está faltando uma ação do Governo Federal para a resolução disso. A queda acentuada acaba afetando o investimento na área de saúde, educação e em todas as áreas. A palavra correta é caos".
O especialista em bicombustíveis da Universidade de Brasília, Luiz Gentil, explica que o valor do litro do etanol pago pelo Governo aos produtores é baixo e insuficiente para as Usinas sustentarem a produção. "As Usinas estão se endividando, principalmente no Nordeste que precisa dar emprego a toda população. Ou seja, se o Governo Federal deixa-se de prejudicar a iniciativa privada e deixar as próprias Usinas fazerem as vendas diretas do etanol à população brasileira, nós não teríamos preços absurdos que prejudicam nosso país".
O candidato da Coligação Muda Brasil as eleições desse ano, o senador Aécio Neves, ressaltou que o baixo investimento no setor feito pelo Governo Federal, foi a principal causa para a crise. "O Brasil hoje vai na contra-mão do mundo. O Brasil hoje subsidia combustíveis fosseis, algo inimaginável a um tempo atrás para um país que desenvolveu tecnologia m um setor em que todo o mundo buscava alternativas. No nosso Governo haverá um dialogo com o setor e um compromisso grande com o resgate da sua capacidade de investimento, através de algo que se chama previsibilidade".
Segundo a União da Industria de Cana de Açúcar, a UNICA, em todo o Brasil, 69 Usinas foram fechadas entre 2008 e 2013. Só na região Nordeste, 10 Usinas deixaram de operar no período. Ainda segundo a UNICA, 36 Industrias produtoras de etanol estão em recuperação judicial no país, ou seja, estão operando de forma precária. Outras 24 já sinalizaram que vão encerrar as atividades.
Comércio também é prejudicado com o fechamento da Usina
Reportagem Vitor Maciel
Queda nas vendas e demissão de funcionários é o que aconteceu com a loja de móveis do José Ailton, desde que a Usina Uruba em Atalaia foi fechada.
Segundo a Federação do Comércio de Alagoas, os estabelecimentos comerciais do município alagoano, foram os mais prejudicados com o encerramento das atividades das Usinas de cana de açúcar. Empresas que produziam e vendiam peças e outras máquinas para as Usinas e lojas que vendiam produtos para os empregados, tiveram a falência decretada e somaram várias dividas durante o período. Outras, como a loja de móveis de José Ailton permaneceram abertas, mas com alguns desfalques. Segundo ele, a Usina aumentava as vendas e o rendimento final da loja. "Com o fechamento da Usina Uruba as vendas caíram, cerca de 70%. Diminui um pouco o quadro de funcionários. Antigamente, tínhamos um comercio bem elevado com a Usina aberta.
De acordo com o Presidente da Federação do Comércio, Hilton Malta, as empresas e lojas do município eram bastantes dependentes economicamente das Usinas. "Atalaia depende, grande parte da população, principalmente empresários, dependem ou tinham uma dependência desse trabalhador, pois eram consumidores do mercadinho, da farmácia e de outros serviços. Essa dependência passa a ser modificada".
As cidades que formam o Vale do Paraíba estão sofrendo com a queda acentuada da arrecadação financeira após o fechamento da Usina Uruba, é o que diz o prefeito de Atalaia Professor Mano.
Ao todo, nove cidades vizinhas da Usina sofrem com o alto índice de desemprego na região. Atalaia, Capela, Chã Preta, Mar Vermelho, Cajueiro, Paulo Jacinto, Pilar, Quebrangulo e Viçosa, foram os mais atingidos com a falta de dinheiro no comércio.
Segundo o Sindicato da Industria do Açúcar e do Álcool de Alagoas, além da Usina Uruba, outras três foram fechadas no Estado nos municípios de São Miguel dos Campos, Teotônio Vilela e União dos Palmares.
Com nove filhos para criar, Dona Josefa da Silva de 43 anos, atrapalhava numa adubadora química e até hoje não conseguiu emprego fixo e vive fazendo bico par pagar as contas atrasadas. "Ficamos trabalhando ainda um bom tempo, mas recebemos o seguro desemprego, o fundo de garantia e ficou as contas. As contas, já irá fazer um ano que estamos "pelejando" para que esse dinheiro saia e até agora não saiu. Fiquei parada, fazendo um bico em casa de família e assim estou levando a minha vida. Mas, é só para não ficar em casa e não ver as crianças passar fome. Tenho dividas que ainda não consegui pagar. Comprei um colchão para as minha meninas que estavam tudo dormindo no chão. O dinheiro que eu tirava dava para mim pagar, mas agora está tudo no prego, esperando esse dinheiro".
O prefeito de Atalaia, Professor Mano considera a situação na região alarmante e ressalta que a cidade perdeu cerca de 300 mil reais em arrecadação mensal, que seria revertido em beneficio para a população. "Houve um impacto muito grande, não só em Atalaia, mas em todas as cidades circunvizinhas que formam o Vale do Paraíba, porque toda a monocultura da cana de açúcar fez com que toda a região vivesse em função disso. Então, é um ciclo e todos eles acabaram sendo prejudicados. É realmente um fato lamentável tanto da parte social, com a questão dos trabalhadores, com o comércio, como também do aspecto econômico, com um sofrimento muito grande. O município só de ICMS ele perdeu mensalmente uma faixa de 200 a 300 mil reais mês. Não é só Alagoas e o Nordeste que vem sofrendo, vejo também no Centro-Sul, São Paulo e Minas, que vem sofrendo com a decadência dessas usinas. Está faltando uma ação do Governo Federal para a resolução disso. A queda acentuada acaba afetando o investimento na área de saúde, educação e em todas as áreas. A palavra correta é caos".
O especialista em bicombustíveis da Universidade de Brasília, Luiz Gentil, explica que o valor do litro do etanol pago pelo Governo aos produtores é baixo e insuficiente para as Usinas sustentarem a produção. "As Usinas estão se endividando, principalmente no Nordeste que precisa dar emprego a toda população. Ou seja, se o Governo Federal deixa-se de prejudicar a iniciativa privada e deixar as próprias Usinas fazerem as vendas diretas do etanol à população brasileira, nós não teríamos preços absurdos que prejudicam nosso país".
O candidato da Coligação Muda Brasil as eleições desse ano, o senador Aécio Neves, ressaltou que o baixo investimento no setor feito pelo Governo Federal, foi a principal causa para a crise. "O Brasil hoje vai na contra-mão do mundo. O Brasil hoje subsidia combustíveis fosseis, algo inimaginável a um tempo atrás para um país que desenvolveu tecnologia m um setor em que todo o mundo buscava alternativas. No nosso Governo haverá um dialogo com o setor e um compromisso grande com o resgate da sua capacidade de investimento, através de algo que se chama previsibilidade".
Segundo a União da Industria de Cana de Açúcar, a UNICA, em todo o Brasil, 69 Usinas foram fechadas entre 2008 e 2013. Só na região Nordeste, 10 Usinas deixaram de operar no período. Ainda segundo a UNICA, 36 Industrias produtoras de etanol estão em recuperação judicial no país, ou seja, estão operando de forma precária. Outras 24 já sinalizaram que vão encerrar as atividades.
Comércio também é prejudicado com o fechamento da Usina
Reportagem Vitor Maciel
Queda nas vendas e demissão de funcionários é o que aconteceu com a loja de móveis do José Ailton, desde que a Usina Uruba em Atalaia foi fechada.
Segundo a Federação do Comércio de Alagoas, os estabelecimentos comerciais do município alagoano, foram os mais prejudicados com o encerramento das atividades das Usinas de cana de açúcar. Empresas que produziam e vendiam peças e outras máquinas para as Usinas e lojas que vendiam produtos para os empregados, tiveram a falência decretada e somaram várias dividas durante o período. Outras, como a loja de móveis de José Ailton permaneceram abertas, mas com alguns desfalques. Segundo ele, a Usina aumentava as vendas e o rendimento final da loja. "Com o fechamento da Usina Uruba as vendas caíram, cerca de 70%. Diminui um pouco o quadro de funcionários. Antigamente, tínhamos um comercio bem elevado com a Usina aberta.
De acordo com o Presidente da Federação do Comércio, Hilton Malta, as empresas e lojas do município eram bastantes dependentes economicamente das Usinas. "Atalaia depende, grande parte da população, principalmente empresários, dependem ou tinham uma dependência desse trabalhador, pois eram consumidores do mercadinho, da farmácia e de outros serviços. Essa dependência passa a ser modificada".

0 comentários